A ideia de viver noutro país é fantástica, não posso dizer o contrário. Novas rotinas, novos amigos, novas comidas, montes de experiências novas, tudo é novo! Agora imaginem o processo burocrático de obtenção de um visto, colocar toda uma vida dentro de uma mala que não pode ultrapassar os 23 kg e passar pela imigração nas fronteiras americanas! Pois é, ninguém disse que seria fácil. Mas digamos que finalmente estes aspectos não passam de meros detalhes porque um dia vão andar a desfrutar da vida no estrangeiro e perceber que tudo na vida compensa quando se luta por um objectivo maior. Neste artigo vou dar-vos algumas dicas de como preparar a viagem para os Estados Unidos e falar-vos sobre o controlo de imigração nas fronteiras americanas.
O tempo na fila de espera para ser entrevistada foi intenso. Estava tão ansiosa que acho que comecei a entrar em pânico. Tinha o coração a bater a mil, as mãos a tremer por tudo quanto era lado, aquele aperto no peito, caíam-me gostas de transpiração pelas costas abaixo (bela imagem, eu sei). Tinha receio de não ter tempo suficiente para apanhar o voo de ligação para Columbus, que aliás era o último daquele dia. Mas isso não era o pior. O pior mesmo era não me deixarem entrar nos Estados Unidos, ficar horas numa sala de interrogação e meterem-me num avião de volta para França. Mesmo sendo portadora de um visto, a entrada no país não é garantida. Um visto é apenas um documento que permite ao cidadão viajar até um porto de entrada fronteiriço e pedir autorização para entrar no país.
Enfim, estava tão nervosa que cumprimentei o agente de imigração com um "Hi there" bem informal para começar a entrevista em grande. Ele pediu-me o passaporte e o DS-2019 e fez-me meia dúzia de perguntas enquanto analisava os meus documentos. Foi muito similar à entrevista na embaixada americana para pedido de visto. Registou as minhas impressões digitais e tirou-me uma fotografia. E desejou-me boa sorte para a estadia nos Estados Unidos. Fácil 😊
O controlo de imigrantes não tem de ser um bicho de sete cabeças. Ajam naturalmente e digam a verdade, afinal se não forem para os Estados Unidos com segundas intenções não têm nada com que se preocupar. O agente de imigração irá emitir o Formulário I-94 que doravante é unicamente obtido online e onde está especificado até quando se pode permanecer no país. Para melhor compreenderem estas e outras questões, leiam o artigo que escrevi sobre a validade dos vistos.
Após passar pela imigração, é preciso entregar a Declaração de Alfândega no sítio indicado para tal e recuperar a bagagem de porão. Sigam as setas no aeroporto, vai tudo correr bem.
Como tinha o voo de ligação para Columbus, fiz o check-in da mala de porão no balcão da United AirLines, apanhei o AirTrain para trocar de terminal e comi um hambúrguer vegetariano para recuperar energias. 🍔 Também fiquei aliviada ao ver que a maioria das coisas no aeroporto estavam traduzidas para espanhol, mesmo sabendo falar inglês nunca se sabe!
Preparação da viagem
O bilhete de avião
O primeiro passo para preparar a viagem é comprar o bilhete de avião, obviamente sem ele não poderão viajar. Eu aconselho-vos a comprarem o bilhete só depois de terem o visto em mãos. Caso contrário seria correr um risco bastante grande, ainda mais tendo em consideração o custo de uma viagem para a América. Eu considero-me especialmente sortuda em relação ao preço do meu bilhete: 409 euros por uma viagem de Marselha para Columbus, o que incluiu uma escala em Lisboa e outra em Nova Iorque. Na altura, a TAP apresentava os preços mais competitivos do mercado e por isso viajei com eles até Nova Iorque e com a United Airlines até Columbus. Mas cheguei a ver datas em que os voos mais baratos rondavam os 2,800 euros, parece mentira mas não é. ✈
Fazer as malas
Fazer as malas pode ser um verdadeiro caos. Como viajei com a TAP só tinha direito a levar comigo uma mala de porão de 23 kg e uma mochila de costas. Não era possível adicionar mais malas ou mais peso, mesmo pagando. Então tem de se esquecer os objectos de decoração. as bonecos da Pocahontas, todos os pares de calçado, não há espaço para isso tudo!
Fazer as malas para vir para os Estados Unidos foi muito mais fácil do que quando fiz as malas para viver em França. Eu sabia que França seria para a vida. Era a primeira vez que mudava de país e portanto era uma novata nestas andanças, não sabia o que ia encontrar, então mais vale prevenir do que remediar e por isso toca de levar tudo e mais alguma coisa, certo? 💁. Vir para os Estados Unidos já não foi assim. Para além de saber que será uma estadia temporária, uma pessoa também aprende com os erros (mesmo que seja só às vezes).
Portanto, é importante fazer uma escolha: o que levar, o que não levar e o que dar. E levem só o que é realmente necessário, afinal os quilos não são infinitos. Pensem naquilo que seria um kit de sobrevivência básico no país para onde se estão a mudar. Aqui vão algumas dicas:
Todavia tudo isto depende do país para onde se estão a mudar e das vossas prioridades. Os Estados Unidos são um mundo à parte e sabia que iria encontrar todo o tipo de coisas aqui. Mas também sabia que o sistema de saúde é muito diferente daquele a que estamos habituados na Europa e por isso optei por trazer vários medicamentos básicos para me desenrascar sem ser preciso ir ao médico por "coisas pequenas". Outra coisa que fiz foi trazer uma colecção dos melhores desodorizantes disponíveis no mercado em França porque dou muita importância a certos produtos de higiene que utilizo. Resumindo: avaliem o que é realmente importante para vocês. 💼
Fazer as malas para vir para os Estados Unidos foi muito mais fácil do que quando fiz as malas para viver em França. Eu sabia que França seria para a vida. Era a primeira vez que mudava de país e portanto era uma novata nestas andanças, não sabia o que ia encontrar, então mais vale prevenir do que remediar e por isso toca de levar tudo e mais alguma coisa, certo? 💁. Vir para os Estados Unidos já não foi assim. Para além de saber que será uma estadia temporária, uma pessoa também aprende com os erros (mesmo que seja só às vezes).
Portanto, é importante fazer uma escolha: o que levar, o que não levar e o que dar. E levem só o que é realmente necessário, afinal os quilos não são infinitos. Pensem naquilo que seria um kit de sobrevivência básico no país para onde se estão a mudar. Aqui vão algumas dicas:
- Mala - comprem uma mala grande mas que seja o mais leve possível;
- Roupa - pelo menos 90% do espaço da mala deve ser ocupado com roupa, que deve ser adaptada às temperaturas do país para onde vão. Eu vim para os USA em pleno Inverno, por isso trouxe muita roupa quente mas também consegui trazer muita roupa de verão (isto de vestir XS/S tem muito que se lhe diga);
- Produtos de higiene - vão querer levar todos os produtos e mais alguns mas não vale a pena porque podem comprar tudo quando chegarem;
- Medicamentos - se tomarem algum medicamento com receita médica então levem um stock com vocês até encontrarem uma solução para continuarem a ter acesso a esse medicamento;
- Outras coisas importantes - computador portátil, disco rígido, etc.
Todavia tudo isto depende do país para onde se estão a mudar e das vossas prioridades. Os Estados Unidos são um mundo à parte e sabia que iria encontrar todo o tipo de coisas aqui. Mas também sabia que o sistema de saúde é muito diferente daquele a que estamos habituados na Europa e por isso optei por trazer vários medicamentos básicos para me desenrascar sem ser preciso ir ao médico por "coisas pequenas". Outra coisa que fiz foi trazer uma colecção dos melhores desodorizantes disponíveis no mercado em França porque dou muita importância a certos produtos de higiene que utilizo. Resumindo: avaliem o que é realmente importante para vocês. 💼
Os documentos
Sem um bilhete de avião não viajam e sem certos documentos também não. Os documentos imprescindíveis são o passaporte com o visto no interior e o formulário DS-2019 (o tal formulário que permite fazer o pedido dos vistos americanos J1 e J2). A cada passagem nas fronteiras americanas é preciso apresentar estes dois documentos. É também aconselhável terem convosco outros documentos importantes, como por exemplo o certificado de casamento (no caso dos vistos J2) ou outros documentos que vos tenham sido pedidos durante o processo de obtenção do visto. 📜
A viagem
No check-in do voo em Marselha pediram-me o DS-2019 e os contactos dos nossos conhecimentos no local. Tenham todas as informações convosco, assim evitam perder tempo no aeroporto.
Voar de Marselha a Nova Iorque com a TAP obrigava-me a fazer uma escala ou em Paris ou em Lisboa. Óbvio que escolhi Lisboa para poder comer uns últimos pastéis de nata e rever alguma família. O voo até Lisboa foi péssimo ao nível da turbulência e eu toda paranóica "tenho 3 voos para fazer e vou-me já lixar no primeiro, ao menos deixem-me meter os pés na América" (desculpem-me pela linguagem). Aterrei em Lisboa e por lá pernoitei. Não tive de me preocupar com a mala de porão pois ficou guardada com a TAP.
No aeroporto em Lisboa não foi necessário fazer o check-in do voo para Nova Iorque porque já o tinha feito em Marselha. Mas antes de entrar na porta de embarque estavam uns quantos senhores simpáticos a interrogar os passageiros sobre a viagem aos Estados Unidos. Então a primeira pergunta foi "Vai aos Estados Unidos em férias, trabalho ou estudos?" e tu sabes que tens a vida perfeita quando respondes "nem férias, nem trabalho, nem estudos". Tive vontade de responder "por agora vou só mesmo tchilar um pouco" mas enfim, uma pessoa nestas coisas tem de saber manter a postura. Dei aquele sorriso e fizeram-me mais algumas perguntas sobre a estadia. O voo até Nova Iorque durou 8 horas e a TAP presenteou-me com um ecrã antigo onde tinha várias opções de canais de filmes mas não podia começar um filme do zero quando bem me apetecesse. Mas do resto não me posso queixar. Lá consegui ver um filme e o resto do tempo fiquei simplesmente a divagar nos meus pensamentos, nem dei pelas horas a passar.
No avião vai-vos ser dado o formulário americano de Declaração de Alfândega que vos aconselho a preencher durante o voo para não perderem tempo a preenchê-lo no aeroporto.
Voar de Marselha a Nova Iorque com a TAP obrigava-me a fazer uma escala ou em Paris ou em Lisboa. Óbvio que escolhi Lisboa para poder comer uns últimos pastéis de nata e rever alguma família. O voo até Lisboa foi péssimo ao nível da turbulência e eu toda paranóica "tenho 3 voos para fazer e vou-me já lixar no primeiro, ao menos deixem-me meter os pés na América" (desculpem-me pela linguagem). Aterrei em Lisboa e por lá pernoitei. Não tive de me preocupar com a mala de porão pois ficou guardada com a TAP.
No aeroporto em Lisboa não foi necessário fazer o check-in do voo para Nova Iorque porque já o tinha feito em Marselha. Mas antes de entrar na porta de embarque estavam uns quantos senhores simpáticos a interrogar os passageiros sobre a viagem aos Estados Unidos. Então a primeira pergunta foi "Vai aos Estados Unidos em férias, trabalho ou estudos?" e tu sabes que tens a vida perfeita quando respondes "nem férias, nem trabalho, nem estudos". Tive vontade de responder "por agora vou só mesmo tchilar um pouco" mas enfim, uma pessoa nestas coisas tem de saber manter a postura. Dei aquele sorriso e fizeram-me mais algumas perguntas sobre a estadia. O voo até Nova Iorque durou 8 horas e a TAP presenteou-me com um ecrã antigo onde tinha várias opções de canais de filmes mas não podia começar um filme do zero quando bem me apetecesse. Mas do resto não me posso queixar. Lá consegui ver um filme e o resto do tempo fiquei simplesmente a divagar nos meus pensamentos, nem dei pelas horas a passar.
No avião vai-vos ser dado o formulário americano de Declaração de Alfândega que vos aconselho a preencher durante o voo para não perderem tempo a preenchê-lo no aeroporto.
A entrada na América
Controlo de fronteiras e imigração
Uma coisa que vocês precisam de saber sobre os americanos é que eles são bastante rígidos no que diz respeito aos imigrantes e ao cumprimento de protocolos e regras. Por isso cumpram rigorosamente as instruções que eles vos dão. Por exemplo, se é estritamente proibido utilizar o telemóvel nas filas de espera para o controlo de imigração, então não o utilizem. Prometo-vos que não vai ser bonito terem um agente de segurança a gritar bem alto com vocês no meio do aeroporto.O tempo na fila de espera para ser entrevistada foi intenso. Estava tão ansiosa que acho que comecei a entrar em pânico. Tinha o coração a bater a mil, as mãos a tremer por tudo quanto era lado, aquele aperto no peito, caíam-me gostas de transpiração pelas costas abaixo (bela imagem, eu sei). Tinha receio de não ter tempo suficiente para apanhar o voo de ligação para Columbus, que aliás era o último daquele dia. Mas isso não era o pior. O pior mesmo era não me deixarem entrar nos Estados Unidos, ficar horas numa sala de interrogação e meterem-me num avião de volta para França. Mesmo sendo portadora de um visto, a entrada no país não é garantida. Um visto é apenas um documento que permite ao cidadão viajar até um porto de entrada fronteiriço e pedir autorização para entrar no país.
Enfim, estava tão nervosa que cumprimentei o agente de imigração com um "Hi there" bem informal para começar a entrevista em grande. Ele pediu-me o passaporte e o DS-2019 e fez-me meia dúzia de perguntas enquanto analisava os meus documentos. Foi muito similar à entrevista na embaixada americana para pedido de visto. Registou as minhas impressões digitais e tirou-me uma fotografia. E desejou-me boa sorte para a estadia nos Estados Unidos. Fácil 😊
O controlo de imigrantes não tem de ser um bicho de sete cabeças. Ajam naturalmente e digam a verdade, afinal se não forem para os Estados Unidos com segundas intenções não têm nada com que se preocupar. O agente de imigração irá emitir o Formulário I-94 que doravante é unicamente obtido online e onde está especificado até quando se pode permanecer no país. Para melhor compreenderem estas e outras questões, leiam o artigo que escrevi sobre a validade dos vistos.
Após passar pela imigração, é preciso entregar a Declaração de Alfândega no sítio indicado para tal e recuperar a bagagem de porão. Sigam as setas no aeroporto, vai tudo correr bem.
Como tinha o voo de ligação para Columbus, fiz o check-in da mala de porão no balcão da United AirLines, apanhei o AirTrain para trocar de terminal e comi um hambúrguer vegetariano para recuperar energias. 🍔 Também fiquei aliviada ao ver que a maioria das coisas no aeroporto estavam traduzidas para espanhol, mesmo sabendo falar inglês nunca se sabe!
The American Dream
Com os pés bem assentes em solo americano as preocupações em relação a vistos e imigração finalmente acabaram. As próximas preocupações são instalar-se e pedir uma autorização de trabalho para o portador do visto J2 o mais rápido possível, pois o processo até obter uma resposta pode ser bastante demorado.
Vão la viver este mundo de oportunidades que é a América, afinal de contas não atravessaram um oceano para nada! ☺
Vão la viver este mundo de oportunidades que é a América, afinal de contas não atravessaram um oceano para nada! ☺
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